sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Lula defende processo de reparação de danos ao meio ambiente - Reportagem.

Lula defende processo de reparação de danos ao meio ambiente

Plantão Publicada em 01/08/2008 às 17h54mBruno Rosa - O Globo

RIO - O presidente Luis Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a discussão no G-8 foi um pouco vazia, com muito discurso e pouca ação. O presidente esteve hoje na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro, onde foram lançados medidas para o setor ambiental. Segundo o presidente, é preciso um processo de reparação de danos cometidos no planeta ao longo dos últimos anos e que a discussão sobre meio ambiente não está sendo séria.
- Fui agora ao G-8. Estávamos discutindo a questão climática, e a discussão ficou um pouco vazia. Você não vê político falar mal de pobre em época de eleição, só de banqueiros, menos os que estão aqui (BNDES, BB, Caixa, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia). Você não vê político falando que vai poluir. Tem gente que é tão radical que diz que não vai cuidar do meio ambiente porque é pouco. Quer o ambiente inteiro! E o G-8 foi assim. Todo mundo querendo tomar conta do planeta e preservar. Em que fórum o G-8 mais China, Brasil, Índia e México vão se reunir para deliberar as responsabildades de cada um? E só é possível deliberar a responsabilidade de cada um se nós soubermos a responsabilidade de cada um, como quem polui o quê - disse Lula.
Lula disse que a responsabilidade pela emissão de gases poluentes de alguns países é maior, como os EUA, que começaram a poluir desde o século XIX.
- É preciso um processo de reparação de danos cometidos no planeta. Isso é dificil porque envolve dinheiro e nem todos tem condição. Se a discussão fosse séria, teríamos que colocar no papel o que cada um faz no mundo. Procurar os setores de atividade econômicas ligadas à floresta e estabelecer acordos, como não vender madeiras que não são legalizadas é extraordinário. Fazer acordo com criadores de gado e falar para eles que se vai recuperar terras degradadas e nelas fazer pollitica de florestamento. É tentar mostrar o que é melhor para o país e para seus produtos. E assim poder transitar em todos os fóruns internacionais com a cabeça erguida e com a sensação de dever comprido. Nem todo mundo cumpre com seus deveres. O protocolo de Kyoto está assinado ha muito tempo e muitos países que tentam dar lição ao Brasil ainda se quer assinaram o protocolo - afirmou.
O presidente disse ainda que o governo prepara um encontro internacional entre os dias 20 e 21 de novembro para discutir os efeitos da poluição no planeta e na Amazônia. Para ele, "o Brasil vai cumprir suas obrigações". Para Lula, não adianta fazer reserva florestal, pois não há quem tome conta:
- Eu venho de um país com 80% de sua energia elétrica limpa, 46% da matriz energética limpa e 90% dos carros novos flex flue. E quem pode isso no G-8? Não pode. Essas coisas que estamos fazendo, como esse fundo, e eu espero que não seja contigenciado, é algo extremamente importante. Estávamos conversando no vôo para o Rio que não adianta fazer reserva florestal se não tem quem tome conta. Tem é que se abrir aquilo, para que as pessas possam visitar, conhecer e pesquisar. Fazer disso a possibilidade de melhorar a vida das pessoas para tomar conta das reservas.
Lula disse que é preciso falar grosso para defender a soberania nas decisões sobre a Amazônia e pediu ao Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que viaje mais para "mostrar o que é o Brasil e não como as pessoas acham que é":
- O Brasil certamente assumirá toda a responsabilidade de preservação da amazônia. Por isso, é preciso falar grosso. O Brasil quer assumir as responsabilidades, o território amazônico e a soberania nas decisões. Vira e mexe eu viajo para algum país e tem muita gente que fala da Amazônia como se fosse dono, mas não tem a sensatez de começar dando um conselho. Eles começam com se estivessem dando um palpite. Nós temos consciência do que a Amazônia representa para o Brasil e para a humanidade. Temos consciência da biodiversidade, da água doce dentro do território e, ao mesmo tempo, consciência das coisas que precisam ser feitas - declarou.


http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2008/08/01/lula_defende_processo_de_reparacao_de_danos_ao_meio_ambiente-547525934.asp

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